Patrimônio histórico de Santarém volta às características originais
Alter
do Chão é uma vila turística com belas praias de areias brancas,
banhadas pelas águas transparentes do rio Tapajós, localizada a 32 km de
Santarém, conhecida mundialmente por seus mais diversos atrativos.
Entre eles se pode destacar a Festa do Sairé, a manifestação
cultural-religiosa mais antiga do Norte do Pará, realizada há mais de
300 anos, a Festa do Boto (disputa entre os botos estilizados Tucuxi x
Cor-de-rosa), além do reconhecimento internacional pelo jornal britânico
The Guardian de ter “a praia mais bonita do Brasil”
Contudo, seu maior patrimônio material é a Igreja matriz de Nossa
Senhora da Saúde, construída no final do século XIX em estilo barroco
colonial português que, apesar de bastante desgastada pelo tempo seguia
sendo a única igreja desse período no município de Santarém que ainda
mantinha sua arquitetura original. O prédio da Igreja inclui a capela
central e duas naves laterais, sendo que a capela possui 25 metros de
comprimento e 7,97 metros de largura. A espessura das paredes chega a 40
centímetros. Na parte superior, encontra-se o espaço para o coro e duas
portas originais em madeira, com sacadas que têm como vista a praça
principal da vila. No lado esquerdo, uma das portas dá acesso à nave que
abriga o sino de bronze que pesa 60 Kg.
Aos 21 de junho de 2009 foi reconhecida como “Patrimônio Histórico de
Santarém” e constatada a necessidade premente de obras de
requalificação e restauração, que foram realizadas no ano de 2011,
encerradas no último dia do exercício, constantes de: 1- solidificação
da obra; 2- revestimento interno e externo; 3- recuperação e execução de
alvenaria; 4- recuperação do ladrilho hidráulico; 5- recuperação de
pavimentação, pisos e contrapisos; 6- tratamento e execução das
esquadrias; 7- remoção das obturações errôneas ou alheias à construção
original; 8- recuperação da cobertura; 9- revisão e recuperação das
instalações elétricas e hidrossanitárias; 10- restauração dos objetos
decorativos, intervenções essas realizadas pela Diocese de Santarém e
auspiciadas pela Mineração Rio do Norte (MRN) por meio da Lei Semear de
Incentivo à Cultura, Governo do Estado do Pará, Fundação Cultural do
Pará “Tancredo Neves”. O projeto e acordos de restauração contaram com o
apoio de órgãos competentes como o IPHAN (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) e DPHAC (Departamento do Patrimônio
Histórico, Artístico e Cultural do Pará) visando aproximar o imóvel o
máximo possível de sua arquitetura original. “É a primeira obra de
restauro de um prédio histórico, em Santarém, cujas características
originais puderam ser resgatadas. Seguimos todas as normas técnicas e
não deixamos nada a desejar, se comparada a outras restaurações feitas
no Brasil”, disse Terezinha Amorim, coordenadora do projeto “Preservação
do Patrimônio Histórico de Santarém: Restauração da Igreja de Nossa
Senhora da Saúde”.
Breve histórico do templo matriz
Em 1738 o padre. Manuel Ferreira fundou a Missão de Nossa Senhora da
Purificação na antiga aldeia dos índios Boraris e construiu uma pequena
igreja de taipa de mão que ficou sob a administração dos missionários
jesuítas até 1759. Em 6 de março de 1758 o governador do Pará Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, meio-irmão do marquês de Pombal, ministro
plenipotenciário de D. José I de Portugal e talvez o principal
responsável pela posse e manutenção da Amazônia de hoje pelos lusos e
consequentemente pelo Brasil, elevou a missão de Nossa Senhora da
Purificação à categoria de Vila, dando-lhe a denominação de
Alter-do-Chão, homônima de uma das cidades portuguesas. Com a expansão
da vila, os portugueses passaram a construir uma igreja maior de pedra e
cal em frente à escola, próximo à praça central. A atual igreja de
Nossa Senhora da Saúde de Alter-do-Chão, em barroco português, é a
terceira a ser construída nessa vila balneária*. O
início da sua construção data de 1876 sob a coordenação do missionário
José Antônio Gonçalves e o material nela utilizado foi, cal, pedra e
barro. Os trabalhos de edificação só foram concluídos vinte anos depois,
sua inauguração ocorrendo no dia 6 de janeiro de 1896, data em que os
moradores de Alter do Chão realizam a festa da sua padroeira. A Imagem
oficial de Nossa Senhora da Saúde, presente dos missionários
portugueses, chegou a Alter do Chão no dia 2 de fevereiro de 1725 e o
altar-mor da igreja, uma preciosidade, todo em madeira de lei, único em
estilo rococó da região, foi esculpido pelo emérito professor santareno
Antônio Batista Belo de Carvalho no ano de 1923.
O prédio atual conta, portanto, com 146 anos de existência, porém,
se acrescentarmos o tempo decorrido entre a primeira ermida (1738) e o
templo ora restaurado vai para 274 a devoção dos alterenses por sua
padroeira.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Melhor praia do Brasil está submersa
As alvas areias, referência do balneário amazônico sumiram no Rio Tapajós.
Da Ilha do Amor como é conhecida, hoje só é possível avistar o topo das barracas de palha e a copa das árvores mais altas.
A Orla de Alter do Chão, por onde passam muitos turistas durante a alta temporada atualmente está quase no fundo.
Os bombons de muruci, castanha-do-pará e cupuaçu continuam nas bandejas.
A progressão deve permanecer inalterada até o final de mês de maio quando termina o inverno amazônico e o ‘Caribe Brasileiro’ volta a aparecer.
Alter do Chão mais uma vez entre as 8 melhores do Brasil
O jornal britânico “The Guardian” elegeu, pela segunda vez, a praia de Alter-do-Chão, em Santarém, oeste do Pará, como uma das oito melhores do Brasil. A lista foi divulgada no ultimo dia 20 de setembro e destacou a vila paraense pela bela paisagem formada por areias brancas, águas cristalinas e cercada pela floresta amazônica. A publicação falou ainda dos restaurantes do local, que servem o tambaqui grelhado, uma das especialidades gastronômicas da região.
Localizada a 38 quilômetros da cidade de Santarém, na região turística do Tapajós, a vila de Alter-do-Chão é um dos locais mais visitados do Pará. No verão amazônico, julho a janeiro, quando chove menos na região, as águas do Tapajós baixam, revelando praias de areias brancas e condições excepcionais para o banho de rio.
Além disso, é possível encontrar no local hotéis que oferecem estrutura e conforto associados ao clima agradável de quem está à beira do rio, em plena floresta amazônica, mas com toda a estrutura necessária. Na vila ocorre uma das mais antigas e tradicionais festas amazônicas, o Sairé, cuja origem remete ao período colonial e ao sincretismo entre rituais indígenas e o catolicismo.
Outro atrativo de Alter-do-Chão é o Lago Verde, local de onde os antigos habitantes da região, os índios Borari, retiravam a pedra para a produção do muiraquitã, um amuleto verde em forma de sapo, que hoje é um dos símbolos da cultura amazônica. Próximo ao lago está a Serra da Piraoca, de onde é possível ter uma bela visão do rio Tapajós.
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