sábado, 23 de julho de 2011

A lenda do Boto Tucuxi

A lenda do boto aparece pela primeira vez no Estado do Pará, no século XIX. Não se conhece a origem de tal lenda, só há registros de que se difundiu por toda a Amazônia. Alguns autores confundem a lenda com mito.
Boto Tucuxi ou Pirajaguara (Sotália Brasiliensis, Sotália Fluviatilis, Steno Tucuxi) golfinho dócil, amável, é capaz de resgatar pessoas em náufragos; descobre segredos não conhecidos pelos homens, conduz os peixes para a rede (malhadeira) do pescador o boto Tucuxi tem a habilidade de sentir a metros de distância o odor de mulheres menstruadas e com agilidade segue canoas, cintila nas águas em saltos e manobras que amedrontam quem viaja nas referidas embarcações; vive nos rios amazônicos, mas é encontrado em maior quantidade no rio Tapajós; possui coloração cinza e o dorso branco, tem habilidade em nadar em pé (apoiando-se somente com a cauda) sobre a água, vive em bandos.
O boto homem é aquele que se metamorfoseia à noite para encantar as caboclas ribeirinhas, possui um orifício na cabeça coberto com o chapéu branco, engerado a partir de uma arraia. Segundo a lenda do boto, esse homem traja-se todo de branco, é dançador, bebedor, galante e sedutor.
Uma olhada dele é capaz de enfeitiçar, hipnotizar, render qualquer mulher aos seus caprichos. O cheiro (pixé) que exala no ar é de patchouli, no momento de excitação ou quando na água tem cheiro de peixe fresco (pitiú). Dizem os caboclos que para não serem perseguidos quando transportarem mulheres menstruadas deve-se passar alho em toda a canoa. A inexistência ou desconhecimento dessa lenda nos séculos anteriores nos leva a crer que ela tem origem branca e mestiça, com projeção nas comunidades caboclas.



O que é o Sairé?



  O Sairé é a mais antiga manifestação da cultura popular da Amazônia. A tradicional festa acontece há mais de 300 anos, mantendo intacto o seu simbolismo e essência. Sua origem remonta às missões evangelizadoras dos padres Jesuítas com os índios da Amazônia. Conta a história que em suas evangelizações os jesuítas envolviam música e dança.
  O símbolo do Sairé é um semicírculo, de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três cruzes e no topo dele uma outra, que juntas representam o mistério da Santíssima Trindade e no topo um só Deus. A imagem da pomba, que representa o Espírito Santo, também faz parte do adorno.
  O estandarte segue à frente da procissão, carregado por uma mulher, que na tradição é chamada da Sairapora.

  Até meados do século passado, o folclore tinha significado puramente religioso. Hoje, a comemoração une o sagrado e o profano. É festejado no mês de setembro com um ritual religioso, durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando são feitas ladainhas e rezas. Depois, vem a parte profana da festa, com shows artísticos e apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, ponto alto da comemoração.


Alegorias
Show
  Na festa do Sairé os elementos religiosos e profanos caminham lado a lado. Ela começa no hasteamento de dois mastros  enfeitados, seguido de 
ritual religioso e danças folclóricas desempenhadas pelos moradores da vila. No último dia, sempre uma segunda-feira, ocorrem a “varrição da festa”, a derrubada dos mastros, o marabaixo, a quebra-macaxeira e a “cecuiara”, espécie de almoço de confraternização. A programação termina à noite, com a festa dos barraqueiros.